sábado, 3 de maio de 2008

VELHO BAÚ




No sotão do pensamento
guardo um velho baú
enfeitado com tachinhas de latão.
Quantas vezes o procuro
para me poder encontrar
e acalmar o coração!

Dentro dele numa completa desordem
misturam-se pedaços duma vida:

Résteas de sol, tranças de luar,
balões coloridos, fitas acetinadas,
palavras ditas, outras por dizer,
conchas e búzios apanhados
numa tarde à beira-mar...

Numa completa desordem
misturam-se pedaços duma vida:

flores secas, choros mansos,
lápis de cor, botões de madrepérola,
silêncios, vozes a sussurrar,
chilreios de pardais que pousavam na varanda,
passos e gargalhadas infantis,
caixinhas de porcelana
com poeiras bordadas a matiz...

No sotão do pensamento
no interior do velho baú
sons e aromas doces dão a mão.

As tachinhas amarelas
mais brilhantes e luzentes
parece que cantam alto
tornando mais cheio e forte
o bater do coração.

Quantas vezes o procuro...

Maripa

3 comentários:

  1. Os velhos baús guardam tesouros. Cada um com histórias e lembranças especiais. Abri-los pode trazer alegria e tristezas, depende do momento e do motivo.

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  2. as lembranças, sempre!

    que poema tão bonito!

    beijinho menina

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  3. Lindo minha querida...lindo! Adoro as tuas palavras que surgem bem lá de dentro do teu baú: do teu LINDO CORAÇÃO!

    És linda Maripa! Me encantas com a tua força!

    Beijinhos de Amor, Paz e Luz!

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.