domingo, 5 de outubro de 2008

O POETA INVENTA VIAGEM, RETORNO E MORRE DE SAUDADE


Se for possível, manda-me dizer:
- É lua cheia. A casa está vazia -
manda-me dizer, e o paraíso
há- de ficar mais perto, e mais recente
me há- de parecer teu rosto incerto.


Manda-me buscar se tens o dia
tão longo como a noite. Se é verdade
que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
de alguns peixes rosados
numas águas
e dos meus pés molhados, manda-me dizer:
- É lua nova -


E revestida de luz te volto a ver.


Hilda Hilst

Imagem da net

4 comentários:

  1. Quando a lua brilha o universo sorri
    beijos

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  2. Adoro a poesia da alma, emanando sus essências e luares... Quantas vezes não quisemos dizer estas palavras e não soubemos nos expressar assim... Lindo!

    Obrigada querida amiga pelo carinho na minha ausência. Estou de volta, mas em doses homeopáticas! Beijão!

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  3. *
    metamorfoseando
    ,
    para o poeta
    a saudade não existe
    nas inventadas viagens
    canta só as nostalgias
    dos queixumes mareantes
    de rostos transfigurados
    em insustentáveis hiatos
    ,
    maresias nocturnas, deixo,
    ,
    *

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.