terça-feira, 11 de novembro de 2008

GREEN GOD




Trazia consigo a graça
das fontes quando anoitece.
Era um corpo como um rio
em sereno desafio
com as margens quando desce.

Andava como quem passa
sem ter tempo de parar.
Ervas nasciam dos passos,
cresciam troncos dos braços
quando os erguia no ar.


Sorria como quem dança.
E desfolhava ao dançar
o corpo, que lhe tremia
num ritmo que ele sabia
que os deuses devem usar.


E seguia o seu caminho,
porque era um deus que passava.
Alheio a tudo o que via,
enleado na melodia
duma flauta que tocava.



Eugénio de Andrade
Imagem de Lauri Blank

11 comentários:

  1. menina.

    uma boa escolha de um grande poeta.

    a foto também.

    beij

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  2. Belo texto.

    Parabéns pela escolha.

    Adoro seu bom gosto.


    beijos

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  3. Um belíssimo poema!

    Obrigada por trazê-lo, minha amiga...


    Beijos de luz e o meu especial carinho!!!

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  4. Não sei explicar, me deu vontade de chorar, ando assim, sensível.
    Lindo dia minha flor querida
    beijos

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  5. Boa noite Maripa. Ainda vim a tempo ou já dormes?

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  6. *
    sem ter tempo de parar,
    ,
    quamdo sorvo,
    eugénio andrade,
    ,
    brisas de sal, envio-te
    ,
    *

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  7. Hoje é mesmo só para deixar um beijo enorme atirado das "ramblas" até Coimbra.
    Quando voltar vou ler-te com a atenção que mereces.
    Beijinhos
    Hasta ya!
    Ricardo

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  8. Sei que é tarde , mas hoje atrasei-me pra valer. Mas não posso ir dormir sem vir aqui ouvir tua música e respirar Coimbra.

    boa noite Maripa

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  9. As palavras de Eugénio de Andrade a trazerem " a graça das fontes quando anoitece". Magníficos poemas que nos enchem a alma.
    Obrigada, Maripa, por o trazeres aqui.
    Um beijo.

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.