Ecos de ti, sob o canto dos grilos,
em campos de orvalho e de erva-doce
nas esteiras do milho onde dormimos
deixaste num rasto coisas não ditas
que o tempo fará remedeio
entre a vida e um eco, de permeio
ecos de ti, sob cores de Maio,
em estradas percorridas de centeio
nas bermas, e apenas, no meio
o calor de noites já vividas.
Lua nova e amores desabridos
que me aquecem os sentidos
em campos de orvalho e de milho
sob um cheiro d'erva-doce.
Leonor de Saint Maurice
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