segunda-feira, 7 de maio de 2012

CREPÚSCULO





 Arranco as pétalas dos malmequeres
num desespero infantil 
de bem me quereres.

Relembro os dias de vento
em que um guarda chuva 
nos protegia aos dois.

E a cidade indiferente
ao nosso passo apressado.

E o lusco-fusco
numa imensidão de céu
um café
e o silêncio
das conversas inacabadas.

Depois,
a distância que inventei
num comboio sem regresso.

E o sorriso triste
que me deixaste
sinto-o
em cada gota de chuva
sem chapéu.




AnaMar (pseudónimo)

Imagens: Marjo&Beau e Dreamstime