sexta-feira, 20 de julho de 2012

NO DIA EM QUE O MAR FUI EU





No suave murmurar da falésia,
deixei que o mar fosse eu
e tudo, enfim, me doeu.
Perdeu-se no meu olhar,
esqueceu-se no seu vogar,
fui maré negra e vazia,
fui maremoto, maresia,
deixei-me afogar no céu,
nas rochas, no escuro breu.
Fui momento de poesia,
música sem melodia,
golpe de asa, fantasia,
e tudo, enfim, me doeu,
no dia em que o mar fui eu.


Alexandra Malheiro

Imagens: Google