Imagem: José Luís Elvas
Cascata
Dos teus dedos, quando tocam teclas de água,
Dos teus dedos, quando tocam teclas de água,
Escorre um rio que lava as minhas lágrimas
E me devolve os sonhos que quis ter um dia
Presente, vivos, num rodopio tonto de euforia
Dos teus dedos quando acordam calmarias,
Desprendem-se em cascata todas as fantasias,
E rolam revoltas as minhas ideias - tão soltas -
Por entre os seixos dóceis e os juncos complacentes
Nos teus dedos me perco e encontro o curso fluido
Transparente, da minha alma que pensava ausente
Isabel Solano