quinta-feira, 23 de agosto de 2012

FRAGILIDADES


Imagem: Daniel Gerhartz




O chá esfria na chávena florida
de encantos de verão.

No aconchego da noite
o cantar das cigarras, o sopro morno do vento,
os nós de silêncio, os pensamentos-pássaro,
a chávena esquecida na mão, são apenas
os ecos de um agosto que se esqueceu de me aquecer .

O barco sem mar, a vela apagada, o gesto sem alma,
são apenas sentinelas de vidro- fragilidades -
...mas não vou desistir de, um dia, alcançar as estrelas.
Assim, partirei numa manhã sem tempo
ao encontro do anjo azul que me trará
o bule dourado com  chá de mistério.

Adoçado com mel, beberei gulosa.
E apaziguada, asas abertas, planarei no espaço...
...como uma chama ou como uma rosa?
Maripa






Imagem: Mr Thinktank