Procurar de ti mais do que a poesia,
as coisas que sobram vastamente do teu olhar.
Saber, se soubesses
como amo o que fica em mim dos teus olhos,
esse incorruptível cheiro que fico sorvendo
até a noite enfim me adormecer.
Pudessem os meus olhos repousar
cansados já que são da luz do dia,
no interior das tuas mãos cerradas
e nelas permanecer até
ao quebrar do dia e em ti,
por fim, anoitecer.
Alexandra Malheiro