sábado, 9 de fevereiro de 2013

PÉROLA SOLTA






Pérola solta

Sem que eu a esperasse,
Rolou aquela lágrima
No frio e na aridez da minha face.
Rolou devagarinho...
Até à minha boca abriu caminho.
Sede! O que eu tenho é sede!
Recolhi-a nos lábios e bebi-a.
Como numa parede
Rejuvenesce a flor que a manhã orvalhou,
Na boca me cantou,
Breve como essa lágrima,
Esta breve elegia.

José Régio

Imagens: Google