quinta-feira, 7 de março de 2013

DE ESPERA






De espera se constrói a nossa vida
um silêncio de outono anunciando
o desflorar da primavera perto

Mas como cansa tristemente cansa
naufragar no tremor do mesmo sonho
e amanhecer anoitecendo assim

Não silencio para sempre o canto
porque respiro nos teus olhos a
fluência do encontro desejado

E do teu corpo nasce o meu poema
o fruto a ser pousado sobre a mesa
a cadência dos dias de amanhã




António Salvado

Imagens: Jeannette Woitzik