terça-feira, 27 de agosto de 2013

A TODOS E A CADA UM DOS MEUS AMIGOS




Por um       por todos       por nenhum
faço o meu canto        canto a minha mágoa
num desencanto aberto pelo gume
deste pranto tão limpo como a água.

Por nenhum        por todos ou por um
eu dou o meu poema        o meu tecido
de palavras gravadas com o lume
do medo que na voz trago vencido.

Por nenhum          por um          mesmo por todos
sou a bala e o vinho          sou o mesmo
que pisa as uvas          os versos e o lodo
num chão onde a coragem nasce a esmo.


Joaquim Pessoa

Imagens: Google