terça-feira, 31 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
MEMÓRIAS ESQUECIDAS
Se ainda me lembrasse
da luz coroada de magia
das florestas encantadas
- onde quase sempre me perdia -
se ainda guardasse no olhar
os instantes de nudez perfeita
das águas alegres mansas límpidas
correndo por entre os salgueirais
[a memória cada vez mais estreita]
se ainda pisasse descalça e leve
os caminhos forrados de musgo
e trevos húmidos de orvalho
[a memória cada vez mais breve]
se ainda sentisse o perfume das laranjas
trazido pelas asas do vento
num golpe de melodia e cor
[ a memória acaricia o tempo e anoitece o sono lento]
memórias esquecidas
Maripa
Imagens: Selenart
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palavras minhas
sábado, 21 de dezembro de 2013
FELIZ NATAL
Que a ESPERANÇA nos ajude a fazer deste NATAL
um NATAL de LUZ e AMOR para um mundo melhor.
(...)
" De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada."
Palavras do poema de David Mourão-Ferreira
Natal e não Dezembro
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido.
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
Imagens: Google
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
NAS NUVENS
Tem gente que faz
uma casa nas nuvens:
casa sem portas ou janelas,
aberta para o infinito.
Em dias cinzentos ou tristes,
basta uma escada de vento
para que se alcance a varanda.
Aí não existe nem passado
nem futuro,
e o tempo é uma teia azul
feita com a linha dos sonhos.
Roseana Murray
Imagens: Adrian Borda
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Roseana Murray
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
AMANHÃ
Amanhã
Pode ser que o tempo passe
e não me guarde o sorriso pronto,
o olhar aceso , a palavra mansa.
É que às vezes é tudo tão longe
que até a persistência da ilusão se cansa.
Helena Chiarello
Imagens Google
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Helena Chiarello
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
"O lugar onde eu mais aprecio estar
é no vasto jardim
do
... trago de lá algumas mudas de sol que,
mesmo quando eu não percebo, me
ajudam a clarear os trechos
de breu do caminho."
Ana Jácomo
Imagem de Patrícia Metola
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Ana Jácomo
domingo, 8 de dezembro de 2013
SILÊNCIO
Sei que o silêncio
é feito de vozes
translúcidas num momento
e vazias quando
se despenham na saudade.
Esse é o silêncio
que desvia
a minha atenção,
perturbador - sempre -
sob a luz
contínua da noite.
Paula Raposo
Imagens Google
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Paula Raposo
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
ADEUS, MANDELA...
Adeus, MANDELA...
O mundo perde um exemplo de homem que deve ser seguido. Que seus ideais permaneçam não só como lembrança mas também como caminho para que as causas sociais possam ser bem sucedidas em todo o mundo.
Símbolo da tolerância a ser seguida por todos.
São suas estas palavras:
"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."
Foto de Jeanette Verster
Esta flor [uma protea king] tem o nome de MADIBA em homenagem a Nelson Mandela. É caracterizada pela sua beleza e durabilidade.
PENSAR É TRANSGREDIR
Imagem de Angelo Gonzalez
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar algo espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a ultima claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade de pensamento, desse espírito que trabalha manada obstinadamente para nos enqudrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.
Lya Luft
domingo, 1 de dezembro de 2013
SE AS MINHAS MÃOS PUDESSEM DESFOLHAR A LUA
Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então alguma vez?
Que culpa tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!
Frederico Garcia Lorca
Imagem da net
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