Robert Jennings
Entre o nascer e o morrer
há um rio que me conduz ao mar.
E sempre
que me perguntas se preciso
do teu colo,
da tua paz
para adormecer,
digo que sim,
que tenho de te ter por perto
de sentir as tuas mãos
agarrando os pássaros em vertigem,
dentro do sobressalto do meu sono tardio.
E sempre
que me dás a paz pedida,
desejo continuar assim
a viver a noite vestida de palavras
aladas puras leves apaziguadas
com ecos de ti.
E quando a madrugada ainda adormecida
timidamente acordar
talvez possa mergulhar sem medo
no rio de águas lavadas e,
no último silêncio, ver as gaivotas
guiar-me até ao mar.
Maripa