sexta-feira, 6 de março de 2015

MUNDO DIFERENTE





Há muito,
no longínquo horizonte do tempo
cresceram árvores numa floresta.
Árvores de corações silenciosos
puros
     leves
         alados, a voar com o vento.

Um paraíso,
único rumo de sonhos imaginados
de cores a desenhar mil arco-íris
e sons vestidos de tranquilidades
ímpares,
        gentis
               sabores a beijos roubados.

No hoje,
aniquilados os corações das árvores
as manhãs são de alvores cinzentos
de passos apressados e inquietudes
no  olhar  no rosto  no riso da gente.

Duvida-se e teme-se o dia anunciado,
aberto a uma imensa sombra secreta
mas autêntica neste mundo diferente.

Mundo dilacerado que ambicionamos
com sol para todos,  céu   mar azul
plenitude de bem por nós abraçado.

Maripa

Imagens: Carol Cavalaris










4 comentários:

  1. Olá Maripa,
    Hoje as manhãs acordam cinzentas, é verdade.
    A incerteza senta à mesa com as gentes e o medo lhes acompanha os passos desconcertados.
    Onde andarão as árvores de corações puros e leves?

    Lindo seu poema que reflete a vida de agora, Maripa.
    Bjn amg

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    1. Boa pergunta, querida Carmem...

      Tenho esperança que, algures, não sei bem onde nem quando, elas renascerão. Será preciso que o Amor incondicional supere os muitos"adubos" que se "vendem" por aí ...

      Beijinho amigo.

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  2. um poema muito bem construído falando no principio das coisas e no seu trajecto.
    podemos interpretar de muita maneira, eu interpretei à minha onde o principio é a vida e o presente é uma espécie de realidade impregnada de desalento no tempo presente.
    gostei!

    beijo amigo
    :)

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    1. Foi isso mesmo que tentei, á minha maneira, transmitir..

      Há tanto desalento no tempo presente! Preocupo-me, pelos jovens sem horizontes, pelos que não têm meios de sobrevivência, por todos....seria uma lista tão grande que não caberia neste pequeno espaço.

      Sei que não podemos perder a fé nem a esperança de que,em breve, o sol seja para todos.

      Beijinho, querida Pi.

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.