quarta-feira, 22 de abril de 2015

FOLHA VAZIA...




Quando me arrisco a escrever
pequenas ideias são sementes.

A imaginação avisa e  dispara
e sem permissão ou consentimento
o pensamento em breve se baralha.

Invento para hoje um veleiro
velas inchadas ao vento
ondas temperadas de sal
onde eu,
marinheira de águas paradas
vou aportar a ilhas prateadas.

Logo logo, a mente tagarela
salta para os dias espaçosos.
As manhãs têm pássaros verdes
as tardes são de mel  de morangos
e do néctar dos deuses gulosos.

Apetece mesmo assentar  aqui,
mas não... a mente nunca se cala.
As ideias não são nada tolerantes
a etapas a paragens a demoras.

A noite desabrocha sem estrelas.
A sombra alada dos pensamentos
que não têm por hábito dormir
idealiza enigmas para a noite fria.

E quando as perguntas sem resposta
se lembram de me arruinar as horas

a folha em branco permanece vazia...


Maripa

Imagens: google




14 comentários:

  1. Maripa, é um belo poema que descreve a dor e a delícia de ser poeta. Um beijo.

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    1. Quando o sono foge de mim, distraio-me com as palavras.

      Agradeço as suas, Andrea, com um beijinho amigo.

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  2. a folha em branco ficou recheada de um belo poema.

    muito bem Maripa!

    beijinho amigo

    :)

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    1. Há quanto tempo me ofereces palavras recheadas de ternura?

      Beijinho amigo, querida Pi.

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  3. Na folha branca navega agora o veleiro do poeta...
    Um beijo.

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    1. Com o seu generoso apoio o veleiro vai navegando devagarzinho...

      Agradeço-o com um beijo amigo.

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  4. Olá, Maripa.
    E o veleiro navega impulsionado por essa mente que nunca se cala e enche a folha em branco de poesia ;)
    Lindo.
    bjn amg

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    1. Olá, querida Carmem.

      O meu veleiro navega como o tempo... uns dias com sol outros com chuva. Muitas vezes o nevoeiro, descontrola-me ;)

      Beijinho amigo.

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  5. Amiga Maripa:
    Uma imaginação tão fértil e talentosa como a sua decerto não deixa nenhuma página em branco.
    Que navegue sempre por essas águas inspiradoras.
    Beijinho e bom fim de semana

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    1. Olá Fê,minha amiga .

      As águas por aqui andam um pouco ferrugentas... sabe, com tanta chuva e um friozinho que vai e volta, acostar é o remédio...

      Beijinho e boa semana.

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  6. "A mente nunca se cala" - isso lá é verdade! E que bom fosse só de poesia, rimas, e nao de dúvidas deixadas em branco.
    Muito fofo seu poema!

    Bom domingo, Maripa!

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  7. Olá, Cris,pois...as mentes são umas tagarelas... devíamos ter uns interruptores para as fechar. Seria uma boa invenção.
    Pelo menos para mim dava-me jeito...

    Beijinho amigo e boa semana!

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  8. Querida Maripa
    Cheguei a este belo poema, onde o desassossego do poeta, síndrome da folha em branco, foi altamente superado.
    É a partir de pequenas sementes, que nasce e cresce todo o processo criativo da poesia. Depois é só entregar-se ao sonho e voar com os pássaros por essas Avenidas nocturnas que teimam em espantar o sono....

    Beijinho carinhoso

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    1. A sua presença é-me sempre tão querida, Cristina!

      As suas palavras têm o dom de me deixar enternecida, de me deixar a pensar que me compreende e lê por dentro...

      Bem haja pela afabilidade com que "fala" comigo.

      Beijinho amigo.

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.