sexta-feira, 1 de maio de 2015

DANÇAR À CHUVA





Ontem...num ontem muito longínquo,
em primaveras suaves aconteciam
                               dias de chuva miudinha, 
                               gotinhas transparentes
a cair do céu em fiadas brandas
quase a pedir uma licença breve
para orvalhar as árvores viçosas
                   abertas em verdes diferentes 
                   e as flores de todas as cores...

Como eu gostava de dançar à chuva,
de gozar o cheiro a terra molhada,
                   como era bom chapinhar na água
                   dos quintais da minha infância...

E o espanto perante as noites de verão
abençoadas pela lucidez das estrelas
que me sorriam ao procurar pirilampos? 


Maripa 

Imagens: Susan Batori




19 comentários:

  1. Maripa,
    Que adorável inocência infantil! Matéria irmã da arte e da poesia.... Beijos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa noite Andrea!

      É sempre tão bom ler as suas palavras gostosas...

      Beijinho amigo.




      Eliminar
  2. Olá Maripa.

    A nostalgia da infância em versos sublimados de poesia...
    Adorei as cores, os aromas e as flores...que chegaram até mim...
    Beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa noite, Cristina!

      A infância deixa-nos sinais , que mesmo parecendo pequenos nadas, se tornam indeléveis...

      Beijinho amigo.

      Eliminar
  3. Olá Maripa,

    lembranças de um tempo que eterniza na nossa mente... que bonito!

    Beijo amigo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa noite,Cris!

      É isso mesmo, pequenas coisas que me fizeram voltar a menina...

      Beijinho amigo.

      Eliminar
  4. Amiga Maripa:

    A infância sempre nos traz recordação maravilhosas, como esta que tão bem nos apresentou.

    beijinho com carinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa noite, Fê!

      Nesta hora chove forte, onde moro.
      Aquela chuva miudinha era a da aldeia da minha meninice... recordei-a com um misto de alegria e de saudade. Bons tempos e boas primaveras!

      Beijinho amigo, minha doce.

      Eliminar
  5. ah, Maripa, os pirilampos...!
    e a chuva...:)
    o cheiro da terra acabada de ser molhada...:)
    tudo coisas de que tanto gosto, mas os pirilampos..., será que ainda há pirilampos...?!!!

    esta teu post está lindo e eu sou-te gratissima pela tua partilha que me levou pela mão a momentos que me trouxeram saudades :)

    beijinho amigo, Maripa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa noite, Brisa!

      Temos gostos comuns, vê-se... e claro que há pirilampos!!! :)) Aqui na cidade não os vejo, é certo,mas lá na minha aldeia, aqui pertinho e também à beira do Mondego, no verão ainda consigo vê-los...
      Não ando a tentar apanhá-los, mas dá para matar saudades! :)

      Beijinho amigo,querida.

      Eliminar
  6. Estas reminiscências da infância são muito belas e devolvem-nos a inocências desse tempo...
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  7. É bem verdade... quantas vezes estas lembranças do que ficou guardado atrás do meu tempo, me fazem andar em frente.

    Nestes momentos,consigo ainda sentir a menina que habita em mim.

    Beijinho amigo.

    ResponderEliminar
  8. Oi querida, me senti em um jardim "encantado" lendo isso... saber preservar o encanto lá da infância de certas coisas parece foi seu aprendizado, Maripa :)





    A infância deixa-nos sinais , que mesmo parecendo pequenos nadas, se tornam indeléveis...

    ResponderEliminar
  9. Cris,minha amiga

    Nem sei que te responder... só sei que me tratas com mimo e muito carinho.

    Bem hajas por isso, querida.

    ResponderEliminar
  10. Menina do olhar doce e do cabelo de prata...

    que delícia de poema, onde as memórias de infância são descritas de uma maneira nostálgica mas tão bela.

    eu gostava de andar debaixo da chuva e de meter os pés na poças de água para desespero da minha mãe.

    gostei muito e a imagem foi muito bem escolhida.

    um beijo

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. ...assim,minha marota, também gostavas de patinhar nas pocinhas de água! Era bom,não era?
      As nossas mães temiam as constipações, pois.

      Beijinho,minha doce.

      Eliminar
  11. Essa infância, já tão afastada, mas tão presente sempre! E nas lembranças que nos assolam é como se regredíssemos no tempo, e volta e meia lá voltamos. É quase como se nunca tivéssemos deixado a infância. E, não sei se é a distância do tempo que tempera essas lembranças, que ainda parecem mais doces, à medida que se afastam. Como a entendo, Maripa.

    bjn amg

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É mesmo assim como diz, querida Carmem, "parecem mais doces" e quase me atrevo a dizer que agora me apetecia fazer o mesmo...

      Beijinho amigo.

      Eliminar


"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.