terça-feira, 2 de junho de 2015

CONTA E TEMPO





Conta e Tempo

Deus pede estrita conta do meu tempo.
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta,
Mas como dar, sem tempo, tanta conta,
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero fazer conta, e não há tempo. 

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto há tempo, em fazer conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...



António da Fonseca Soares

Imagens: Google


Soneto, obra prima do trocadilho, escrito no século XVII. Frei António das Chagas, de seu nome António da Fonseca Soares, também conhecido por Padre António da Fonseca [Vidigueira, 25 de Junho de 1631 - Varatojo - Torres Vedras, 20 de Outubro de 1682] foi um frade franciscano e poeta português.

[Soneto recebido, por mail, de uma amiga  de quem gosto muito]. 
Bem haja, Isabel.

Beijinho  







2 comentários:

  1. Esse trocadilho me lembrou o filme Tempo de Despertar...

    Às vezes nos encontramos em estado de transe e quando "acordamos" poucos têm a sorte de recuperar o tempo perdido.

    Beijinhos

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    1. Também vi esse filme de que a Cris fala. É um filme bom que nos leva a repensar a vida e a rever conceitos. Valorizar o tempo que temos com a família e os amigos é muito importante... O tempo não pára!

      Beijinho amigo.

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.