segunda-feira, 22 de junho de 2015

TUDO ERA MAIS PRÓXIMO






Lembro sinais
do tempo em que
tudo era mais próximo
tudo era mais pequeno.

Era
tudo aqui junto a mim
encostado no meu colo
ligado às minhas mãos.

Colhia as maçãs
dos braços das macieiras
ao mesmo tempo que
perto do chão os morangos
exibiam o sabor de cada dia.

Era afortunada e não sabia.
Tudo era mais próximo
tudo era mais pequeno.

Não sabia do longe que existia
... do perto guardava em mim
a cor      a luz      a serenidade 
duma esplendorosa harmonia.


Maripa

Pinturas: Cheri Wollemberg







8 comentários:

  1. Maripa´

    mesmo com essa saudade que sente, é uma serenidade e uma ternura que coloca nas suas palavras.

    enternecida....fiquei!

    boa semana.

    beijo

    :)

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    1. Olá, Pi

      A saudade e eu já somos, quase, uma só... Sinto-me serena, apesar dos pesares, e talvez isso seja o suficiente para as palavras serem serenas também.

      Beijinho amigo,querida.

      E boa semana ! :)

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  2. Olá, Maripa.
    Não posso deixar de elogiar as pinturas, mas a primeira é de belíssima arte.

    Seu poema me trouxe o meu próprio "tempo", em que tinha tudo junto a mim e aconchegado no meu colo. Ah, o nosso colo, quando deixa de ter finalidade na vida, é como se um pedaço de nós ficasse aqui a mais, como prateleira vazia, sem serventia.
    Até o cheiro das maçãs e dos morangos parecia outro, nesse "tempo", que já não é nosso.

    bjn amg

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  3. Olá, Carmem.

    Até apetece comer as maçãs... Realmente é uma bela pintura.

    Os nossos "tempos", cada um em seu "degrau" [ bem distanciados no tempo real] deixam sempre a sua marca. Mas, tem toda a razão,aquele colo aconchegado faz imensa falta.

    Mas as palavras e o saber que a Carmem sabe tão bem transmitir são valiosas! São de todos os tempos!
    Eu fico mais rica sempre que a leio.

    Beijinho amigo, querida.

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  4. Lembrar o tempo em que o tempo passava devagar. Tão belo o poema e as pinturas...
    Beijo

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    1. Olá, Graça.

      Neste meu tempo que se estende [e devo dar Graças] cada vez mais tenho recordações do passado.

      Posso dizer-lhe que fico feliz quando recebo a sua visita?

      Bem haja.Beijinho amigo.

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  5. Comentei mas não sei se ficou, portanto vou tentar repetir e depois a minha amiga faz o favor de anular se estiver em duplicado.
    Só apreciamos o valor das "coisas" quando eles estão longe do nosso alcance.
    Fica a serenidade das suas belas palavras e a memória desses momentos no coração.
    Tudo tão belo, obrigada!

    Um beijinho com carinho


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  6. Olá, Fê.

    É bem verdade o que diz. No momento em que acontecem
    nem lhes damos o real valor...
    Com o passar dos anos as memórias que guardo dentro vêm ao de cima.
    Resta-me um pingo de serenidade e muitos de saudade...

    Grata pelas palavras carinhosas.

    Beijinho amigo,querida.

    Ah! Não houve repetição de comentário.

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.