sábado, 2 de janeiro de 2016

AMANHECER SEM SOMBRAS





Com os olhos fitos lá longe
vejo pessoas envoltas em nevoeiro.
Enleadas umas nas outras evocam 
momentos de um tempo que se foi.
Deixaram de ter cor, mas são seres-raízes
que me prendem à terra e mesmo sem voz
me conduzem a dias que foram felizes.

Estendo os braços,
procuro tocar-lhe os rostos pálidos,
mas há dor no silêncio de tantas luas.

Sustenho o grito sufocado na garganta.
Há pontes a impedir o toque, os abraços,
entraves a isolar as minhas mãos tão nuas.

Deambulo sem pressa de chegar a algum lugar.

Poderei amanhecer sem sombras,
onde quer que seja o meu refúgio,
se uma gaivota me mostrar o mar?


Maripa

Imagens: GOOGLE





3 comentários:

  1. "Poderei amanhecer sem sombras,
    em qualquer refúgio junto ao mar,
    se gaivotas me guiarem até ao mar?"
    Tão belo, Maripa!
    Que o Ano Novo lhe traga a concretização de muitos sonhos.
    Um beijo.

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  2. Querida amiga, desejo sinceramente que amanhã uma gaivota a acorde, e o mar que ela lhe oferece leve de vez essas sombras.

    Um grande beijinho

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  3. Querida Maripa.
    "amanhecer sem sombras" - desejo calado de tantos corações ensombrados.
    Sigamos a gaivota e tenhas esperança, ainda que ténue, Maripa.

    bjn amg

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.