terça-feira, 19 de abril de 2016

SABEDORIA





Sabedoria


gostava de saber dizer-te como se vem de longe
num pincel de rembrandt desde o lugar do junco
ou da selva ou da água ou só do norte e da neve

e nos sentamos aqui sob o azul dos plátanos: um
murmúrio incessante do mover das aves

suave é esta a sabedoria
conhecer os instantes gomo a gomo como um fruto
ainda verde a querer despontar iluminar-se e colhê-lo
breve nos nossos dedos inteiro

e sob a nossa voz a nossa boca o nosso olhar
não estar nenhum rumor nenhum silêncio nenhum gesto


Francisco José Viegas

Imagens: Google






7 comentários:

  1. Um poema que não conhecia. Aliás não conheço a poesia de Francisco José Viegas. Uma boa dica, minha amiga.
    Um beijo.

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    1. Querida Graça, eu também não conheço a poesia dele. Encontrei este poema por aí algures e transcrevi-o. Nada mais li, mas vou tentar ler outros poemas.

      Beijinho amigo.

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  2. Olá, querida Maripa.
    "Nenhum rumor nenhum silêncio" - a ausência de tudo, a ausência de nós próprios.
    Não me parece sabedoria, parece-me a solidão escancarada, nem grita, nem está calada.


    Um bj amg

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    1. Olá, querida Carmem.

      Gostei do seu comentário "...parece-me a solidão escancarada, nem grita, nem está calada." :)
      Acredite que me fez rir...

      Beijinho amigo.

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  3. Querida amiga, descubro sempre aqui poemas que desconhecia e que acho muito belos, como este.
    Espero que esteja bem e se puder dê-nos notícias suas.

    Um beijinho preocupado e amigo

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    1. Querida Fê, bem haja pela sua amizade e preocupação.
      Estive internada, estou melhorando, mas sinto-me com poucas forças e sem muito ânimo. Vai passar...
      Não gostava de abandonar o blogue.

      Beijinho amigo.

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    2. Claro que não vai abandonar o blogue e principalmente abandonar-nos. :)
      A saúde é um bem precioso e sei bem que quando falha, o ânimo vai atrás.
      Só lhe posso desejar muita coragem e força de vontade e ...um dia de cada vez.

      Um beijinho e as melhoras

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"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” disse Antoine de Saint-Exupéry.

Grata pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dar-me um pouco do seu tempo, deixando um pouco de si através da sua mensagem.