segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

AH...COMO TARDA O TEMPO DAS CEREJAS



Quero embeber a alma em pétalas 
de flores de cerejeira

quero cantar, num beijar de águas,
as fadas brancas
os solfejos encantados
a hora do pôr do sol no terraço

quero viver o tempo do ocaso das delícias
com brilho amendoado
no olhar calado,
morder
como quem beija
cada cereja [re]colhida no regaço

quero fugir ao labirinto interno
dizer não ao capricho das vontades

quero esquecer tristezas
saudades.

Ah...como tarda o tempo das cerejas.


Maripa

Imagem: Pascal Cessou