Os olhos falam.
Falam de histórias,
pequenas
memórias longínquas,
lavadas pelas águas
do rio
que se encaminha
para a foz.
Os olhos brilham
quando o sol põe
reflexos reluzentes
nas asas das
libelinhas
enquanto voam rente
ao rio.
Os salgueirais das
margens
parecem mais verdes
quando baloiçam com
trejeitos de dança
ou adeuses infinitos.
ou adeuses infinitos.
Na tarde lenta
os olhos cansados,
calam-se.
O sol declina
e o remoinho das
emoções vem à tona.
No silêncio sem
norte,
um barco aguarda
a hora da luz derradeira.
Ao acordarem, as libelinhas,
entretanto
adormecidas
nos braços macios
dos salgueiros,
rumam a sul,
esgueirando-se por
entre lágrimas de água. Maripa
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