Abre-se
a janela do outono
Abre-se
a janela do outono
e
as luzes da saudade acendem,
mais
uma vez, com um lamento,
as
velas de pavios meio gastos…
nos
caminhos e pelos ares,
as
folhas das árvores
voam
ao capricho do vento,
voam
sem destino, a bailar
com
graça, agilidade, leveza
e
usam vestes ébrias de cores
incendiando o tempo.
As
árvores despidas choram,
mais
uma vez,
e
na sua nudez magoada
esperam
em silêncio, braços abertos no ar,
o
alcance do rumor primaveril,
novas
folhas,
alegria
nova e luminosa,
exaltação, advento.
Maripa
Imagens: Pinterest