ver em ecrã inteiro
Mil cinzentos
O medo espalha-se dia a dia
e faz sombras na vida
ausente de luz..
Fugir desta pintura
imprecisa
tingida de negro e mil cinzentos.
Atravessar o tempo, iluminar
janelas
ver de novo o esvoaçar da
andorinha
os vasos floridos com bolbos de inverno,
ir no encalce do trilho da
brisa marinha
Escutar, com o enlevo de antes
e
olhos cerrados, a maestria das
mõos
de Hauser, dedilhando seu “cello”.
Já deslembrada de qualquer
vento
e aceitando que as velas do sonho
refrescam as cores do
pensamento,
acreditamos que dizer sim ao medo
é deixar-se ir morrendo por dentro...
Maripa
03.12.2020