terça-feira, 23 de abril de 2013

VAGABUNDO DO MAR


Imagem: Google


Sou barco de vela e remo
sou vagabundo do mar.
Não tenho escala marcada
nem hora para chegar:
é tudo conforme o vento,
tudo conforme a maré...
Muitas vezes acontece
largar o rumo tomado
da praia para onde ia...
Foi o vento que virou?
Foi o mar que enraiveceu
e não há porto de abrigo?
Ou foi a minha vontade 
de vagabundo do mar?
Sei lá.
Fosse o que fosse
não tenho rota marcada
ando ao sabor da maré.
É, por isso, meus amigos,
que a tempestade da Vida
me apanhou no alto mar.
E agora
queira ou não queira,
cara alegre e braço forte:
estou no meu posto a lutar!
Se for ao fundo acabou-se.
Essas coisas acontecem
aos vagabundos do mar.

Manuel da Fonseca 




Imagem: Lloyd K. Barnes