Sosseguei, por ti, o silêncio
das palavras,
a lisura das palavras
e nelas, dentro delas,
o silêncio.
Sosseguei, por ti, o negrume
da noite,
abracei a fúria enganosa dos
dias para te livrar da escuridão
da noite.
Sosseguei, por ti, a ilusão do quadro,
a permanente vivacidade da cor
a deslumbrar-te os olhos,
a encantar-te a vista
ferindo-te com tanta claridade
inesperada.
Sosseguei por ti,
sim que foi por ti
que sosseguei.
Alexandra Malheiro
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