" Vinha por fim o Outono certo: o ar tornava-se frio de vento; soavam folhas num tom seco, ainda que não fossem folhas secas; toda a terra tomava a cor e a forma impalpável de um paul incerto. Descoloria-se o que fora sorriso último, num cansaço de pálpebras, numa indifernça de gestos. E assim tudo quanto sente, ou supomos que sente, apertava, íntima, ao peito a sua própria despedida. Um som de redemoinho num átrio flutuava através da nossa consciência de outra coisa qualquer. Aprazia convalescer para sentir verdadeiramente a vida."
Composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda livros na cidade de Lisboa / Fernando Pessoa no Livro do Desassossego.
Imagem de Volga Borytsch
E que belo enquadramento!
ResponderEliminarBjs
um livro que me sabe sempre bem ler
ResponderEliminarbeijos e bom fim de semana
Minha querida amiga... Você não acredita, que ontem a noite eu estava a ler, exatamente esse texto de Fernando Pessoa (que eu adoro!)
ResponderEliminarFiquei feliz de encontrá-lo aqui!
Beijos de luz e o meu especial carinho...
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ResponderEliminaro bom gosto
,
da prosa e da imagem,
num desassossegado, sossego...
,
marés de carinho, deixo,
,
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E o Outono é sempre certo... no tempo e na vida...
ResponderEliminarGostei do teu post, pelo seu todo.
Beijinhos.
Querida amiga.
ResponderEliminarEntrosamento perfeito entre uma belissima escolha dum texto de Pessoa com uma fotografia belissima.
Respira-se calma neste teu lugar.
Beijinhos carinhosos e um bom fim de semana.
Ricardo
Esta tua imagem, as palavras e o piano... bateu-me uma saudade que eu julgava adormecida.
ResponderEliminarOlha, porque não fazes como a Patti me disse? Pões os teus comentários na janela pop-up e podemos ler e comentar, a ouvir a tua música que é maravihosa.
Como eu gosto destas leituras...
ResponderEliminarBeijinho*