Corpo de nuvem que, do mar saída,
volvida em chuva para o mar voltou,
quem te arrancou de mim? Quem te deu vida,
corpo que do meu corpo se arrancou?
Já foste, não sei quando despedida.
Quem para mim de novo te arrastou?
E quem te esparge em vozes diluída,
corpo de nuvem neste mar que sou?
Mas a carne que escorre de repente
da bátega dos sons é tão ardente
que de repente o próprio mar flutua,
sobre si mesmo volve e ao céu ascende
- pois só no céu, no céu é que se prende
o vulto de uma nívea nuvem nua!
David Mourão-Ferreira
Imagem: Pedro Ramalho
Lindíssimo Soneto!
ResponderEliminarPassei também deixar-te um beijo carinhoso.
Olá Maripa
ResponderEliminarSoberbo.
Adoro David Mourão-Ferreira.
Obrigada pela partilha.
Bjs.
Lisa
Excelente escolha.
ResponderEliminarBeijinho*
Ai Maripa que já não ouvia essa música aqui há tanto tempo! E logo hoje que ando em terra à procura de espaço pra voar e não consigo!
ResponderEliminarTá tããão difícil, minha amiga!
Deixa-me ficar aqui a ouvir! Faz de conta que amanhã sentamos à beira rio e contamos tudo uma a outra.
beijos de carinho
Olá, caríssima!
ResponderEliminarEm relação ao blá blá blá, devo reafirmar que nunca me passou pela cabeça, o que viria a seguir.
O esperanto, também não fui eu que o introduzi. Alguém o fez...
Aconteceu.
Mas lá que para rir...
ai isso deu!
Beijinho
muito bonito o soneto
ResponderEliminar... de volta ao mar
um abraço
luísa