2013, ano em que não podemos deixar morrer a esperança e acreditar, sempre, que um mundo melhor é ainda possível.
Esperança
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
vive uma louca chamada Esperança
e ela pensa que quando todas as sirenas
todas as buzinas
todos os reco-recos tocarem
atira-se
e
_ ó delicioso voo!
ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
( é preciso dizer-lhes tudo de novo!)
ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Mario Quintana
Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética"