No espreguiçar da noite
por entre silêncios e pensares
não encontro sossego
no desassossego.
Por entre as pedras do rio de lamento e revolta
há palavras de água a cair insubmissas
para o abismo.
Porque preso aos elos da corrente da realidade
há o abril dos cravos e dos cardos
o abril de olhos baixos e braços caídos.
E na procura do retorno às coisas simples,
de coração aberto
ao espanto das mãos sedentas de um novo devir
[há de chegar o tempo
da primavera renovar a cor da liberdade
da primavera renovar a cor da liberdade
e da palavra florescer em tons de arco-íris.
Maripa
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