O amor que seja lúcida loucura,
O
amor que seja uma e outra vez,
O
amor que seja o vinho sem mistura,
O
amor que seja a sede e a embriaguez,
O
amor que seja a fome de ternura,
O
amor que seja a pele e a nudez,
O
amor que seja febre, a abrasadura
Que
tome o corpo todo desde os pés
À
cabeça no meio da fogueira,
Esse
fogo que arde sem se ver,
O
amor que seja água de primeira
Na
boca do incêndio que vier,
O
amor que seja o leito, a aluvião
Do
rio caudaloso da paixão.