como se à noite o mar…
numa estranha rota iluminada
deixasse livre o sonho
esvoaçar:
os rostos que se foram, em
parada,
em silêncio nos vêm visitar.
sob chuva distante e torturada
que na nossa tristeza deixa
os sais,
rostos amados na sua
desfilada,
vão-nos dizendo devagar:
jamais!
como se à noite o mar…
me forçasse a perguntar, oh mágoa,
nesta fria margem de ilusão
porque correm os dias como
água,
se não passam nem nunca
passarão?
silente carícia de uma ignota mão
que marcas nas faces o signo
da lua
abre-me a alma, fecha-me a
razão
dá-me aquela Presença que é
só Tua.
Adalberto Alves
imagens: Pinterest
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