Entre
o terror e a noite caminhei
Não
em redor das coisas mas subindo
Através
do calor das suas veias
Não
em redor das coisas mas morrendo
Transfigurada
em tudo quanto amei.
Entre
o luar e a sombra caminhei:
Era
ali a minha alma, cada flor
-
cega, secreta e doce como estrelas -
Quando
a tocava nela me tornei.
E
as árvores abriram os seus ramos
Os
seus ramos enormes e convexos
E
no estranho brilhar dos seus reflexos
Oscilavam
sinais, quebrados ecos
Que
no silêncio fantástico beijei.
Sophia de Mello Breyner Andresen