VELHO BAÚ
No sótão do
pensamento
guardo um
velho baú
enfeitado
com tachinhas de latão.
Quantas
vezes o procuro
para me
poder encontrar
e acalmar o
coração!
Dentro dele
numa completa desordem
misturam-se
pedaços duma vida:
Réstias de
sol, tranças de luar,
balões
coloridos, fitas acetinadas,
palavras
ditas, outras por dizer,
conchas e
búzios apanhados
em tardes à
beira-mar...
Numa
completa desordem
misturam-se
pedaços duma vida,
flores
secas, choros mansos,
lápis de
cor, botões de madrepérola,
silêncios,
vozes a sussurrar,
chilreios de
pardais que pousavam na varanda,
passos e
gargalhadas infantis,
caixinhas de
porcelana
com poeiras
bordadas a matiz...
No sótão do
pensamento
no interior
do velho baú
sons e
aromas doces dão a mão.
As tachinhas
amarelas
mais
brilhantes e luzentes
parece que
cantam alto
tornando
mais cheio e forte
o bater do
coração.
Quantas
vezes o procuro...
Maripa
Estive a ver o seu baú através das suas palavras. Não é desordem o que encontra. É um entrelaçar de memórias que o seu coração guardou.
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
É sim, minha amiga Graça. São memórias entrelaçadas que guardo comigo. Parecem desordenadas pelo modo como me vêm caindo no colo, todas bem certinhas e lembradas como se fosse hoje. Saudades de outros tempos vividos com muito amor.
EliminarSaúde e tudo de bom.
Abraço amigo.