Sempre em novembro
Isenta de mim estarei pronta para riscar
os dias no pó que será barro de
oleiro,
em mãos que talham enredos.
Prendo no pescoço um friso
de alecrim e sigo, por atalhos,
a linhagem das árvores de troncos
espessos.
É agora meu o tempo acutilante do
silêncio.
Faço o inventário inexplicável
dos pássaros que morrem todos os anos,
sempre em novembro,
sempre no fundo de meus olhos,
sempre ao som das primeiras chuvas.
E morro também, de morte lenta,
no cetim das flores desfolhadas
sobre o musgo dos sentidos.
Graça Pires
De "Uma claridade que cega"
Olá, querida amiga Maripa!
ResponderEliminarSinto com você a perda de pássaros sujeitos às intempéries.
Metáforas preciosas no fechamento do poema.
Que Deus abençoe a você e à sua família!
Beijinhos carinhosos de paz e bem
P.S. Graça é uma poetisa que nos encanta sempre com sua profundidade poética.
EliminarOlá, querida Roselia!
EliminarTêm sempre uma mensagem profunda os poemas da minha amiga Graça. A sua perceção da vida é sempre enriquecedora e sua sensibilidade está sempre presente nos poemas que escreve. Aprecio-a imenso.
Um abraço terno. Bem haja pelos seus desejos. Tudo de bom para si e para todos os seus.
Muito obrigada minha Amiga pela divulgação e pela música que me oferece. Adoro piano e este som é lindíssimo. Um carinhoso abraço, Maripa.
ResponderEliminarFiquei contente ter gostado da música, minha Amiga.
ResponderEliminarO poema é lindíssimo, gostei muito de o reler e achei interessante o título... é "sempre em novembro" que festejo os meus anos de casamento [20.11.54 = 67] !!!
Um abraço terno e grato, querida Graça.