Arranco as pétalas dos malmequeres
num desespero infantil
de bem me quereres.
Relembro os dias de vento
em que um guarda chuva
nos protegia aos dois.
E a cidade indiferente
ao nosso passo apressado.
E o lusco-fusco
numa imensidão de céu
um café
e o silêncio
das conversas inacabadas.
Depois,
a distância que inventei
num comboio sem regresso.
E o sorriso triste
que me deixaste
sinto-o
em cada gota de chuva
sem chapéu.
AnaMar (pseudónimo)