De luar em luar
a brisa salgada estremece no colo do vento.
Eu estremeço
e o pensamento voa ferido de melancolia.
Como um pássaro, poisa aqui, ali, além,
sem se deter
sem dar descanso aos sons, às cores,
às vozes [de paladar diferente] dispersas em mim.
Estremeço com as sombras que se insinuam,
se misturam e dançam coreografias perturbantes,
na sua nudez quase transparente,
quando procuro a minha paz.
Quando procuro a minha paz
anseio a insustentável leveza da onda a morrer na praia
e o eco da minha saudade.
Saudade, umas vezes, andorinha, outras, gaivota.