Há sempre um equívoco em cada despedida.
A ondulação do mar que sempre procuro na
imobilidade dos lugares, dissipada a bruma
melancólica que em mim apaga as tuas feições.
Uma estação em estado de esteio ou de janela.
A exaltação da espera no desprendimento
da última folha da magnólia, esse percurso
ininterrupto que foi a tua mão na minha.
Uma planície onde se precipita a morte.
A conjugação da luz num coração futuro,
pedaço de metal pedaço de poesia onde
escondo o ofício sincopado de permanecer tua.
«O amanhã não existe no mesmo lugar»:
há sempre um começo antigo em cada despedida.
Sandra Costa
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