De manhã cedinho
Eu salto do ninho e vou p’rá
paragem
De bandolete, à espera do
sete
Mas não pela viagem
Eu bem que não queria
Mas um certo dia, vi-o
passar
E o meu peito céptico
Por um pica de eléctrico
voltou a sonhar
A cada repique
Que soa do clique da aquele
alicate
De um modo frenético
O peito é céptico toca a
rebate
Se o trem descarrila
O povo refila e eu fico no
sino
Pois um mero trajecto
No meu caso concreto, é já o
destino
Ninguém acredita no estado
em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha
Até acho que a senha me
salta da mão
Pois na carreira desta vida
vã
Mais nada me dá a pica que o
pica do sete me dá
Que triste fadário
E que itinerário tão infeliz
Traçar meu horário
Com o de um funcionário de
um trem da carris
Se eu lhe perguntasse
Se tem livre passe para o
peito de alguém
Vá-se lá saber
Talvez eu lhe oblitere o
peito também
Ninguém acredita no estado
em que fica o meu coração
Quando o sete me apanha
Até acho que a senha me
salta da mão
Pois na carreira desta vida
vã
Mais nada me dá a pica que o
pica do sete me dá
Mais nada me dá a pica que o
pica do sete me dá
Letra e música de Miguel Araújo