Canção da Minha Tristeza
Meu coração não está nas largas
avenidas
nem repousa à tarde, para lá do rio.
Nada acontece. Nada. Nem, ao menos, tu
virás despentear os meus cabelos.
Nem, ao menos, tu, neste tempo de
angústia
vens dizer o meu nome ou cobrir-me de
beijos.
Ah, meu coração não está nas largas
avenidas
nem repousa à tarde, para lá do rio.
A cidade enlouquece os meus olhos de
pássaro.
Eu recuso as palavras. Sei o nome da
chuva.
Quero amar-te, sim. Mas tu hoje não
voltas.
Tu não virás, nunca mais, ó minha
amiga.
Nada acontece. Nada. E eu procuro-te
por dentro da noite, com mãos de
surpresa.
Meu coração não está nas largas
avenidas
nem repousa à tarde, para lá do rio.
E tu, longe, longe. Onde estás meu
amor,
que não vens despentear os meus
cabelos?
Eu quero amar-te. Mas tu hoje não
voltas.
Tu não virás, nunca mais, ó minha
amiga.
Joaquim Pessoa, in 'Canções de
Ex-Cravo e Malviver
Guitarra Triste
Guitarras : Domingos CaGmarinha e Santos Moreira
Nice penned
ResponderEliminarO amor numa despedida... A tristeza vivida e tudo parece tão pesado, sem sentido...
ResponderEliminarNão conhecia o poema de Joaquim Pessoa, obrigada pela partilha...
Beijos e abraços
Marta
Nem, ao menos, tu, neste tempo de angústia
ResponderEliminarvens dizer o meu nome ou cobrir-me de beijos.
...
Nada acontece. Nada. E eu procuro-te
por dentro da noite, com mãos de surpresa.
Boa tardinha de paz, querida amiga Maripa!
Um poema belíssimo, gostei de ler agora e sentir a aflição da saudade que parte o coração de quem a sente.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos com carinho de gratidão
É,de facto, um poema belo e triste, de quem já nada espera. Apenas a procura de um coração onde mora a amargura e a saudade.
EliminarBem haja pela sua presença e carinho.
Que a saúde, a paz e o amor a acompanhem sempre.
Um abraço amigo.