Não há, não,
duas folhas
iguais em toda a criação.
Ou nervura a
menos, ou célula a mais,
não há, de
certeza, duas folhas iguais.
Limbo todas
têm,
que é próprio
das folhas;
pecíolo
algumas;
baínha nem todas.
Umas são
fendidas,
crenadas,
lobadas,
inteiras,
partidas,
singelas,
dobradas.
Outras
acerosas,
redondas,
agudas,
macias,
viscosas,
fibrosas,
carnudas.
Nas formas
presentes,
nos actos
distantes,
mesmo
semelhantes
são sempre
diferentes.
Umas vão e
caem no charco cinzento,
e lançam
apelos nas ondas que fazem;
outras vão e
jazem
sem mais
movimento.
Mas outras não
jazem,
nem caem, nem
gritam,
apenas volitam
nas dobras do
vento.
É dessas que
eu sou.
António
Gedeão, Poesias Completas
Que lindo! Não conhecia... Obrigada pela partilha...
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Um poema lindo que não conhecia.
ResponderEliminarGostei imenso.
Um beijinho,
Ailime
Boa noite de serenidade, querida amiga Maripa!
ResponderEliminarMuito lindo o poema da vez.
Gosto também de me identificar com poemas de outros autores
Também sou dessas que os últimos versos revelam.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos com carinho e gratidão