segunda-feira, 31 de março de 2008
domingo, 30 de março de 2008
TRAGO DENTRO DE MIM
sábado, 29 de março de 2008
sexta-feira, 28 de março de 2008
FOLHAS DE HAIKAI
quinta-feira, 27 de março de 2008
PELO SONHO...
terça-feira, 25 de março de 2008
ASSIM NASCEU A ALEGRIA
Assim nasceu a alegria
Contando de um outro jeito o conto de Ruben Alves
Eis a história de uma florzinha que ao nascer, cortou uma das suas pétalas num espinho. Como a pétala partida não doía e, além de macia, era a sua amiga mais íntima, a florzinha não se preocupou com isso e vivia feliz, muito feliz...
Contudo, certo dia, começou a perceber que as outras flores a olhavam com grandes olhos, olhos de espanto! E foi nesse momento que notou que era um pouquinho diferente das outras flores.
Os dias foram passando e ela foi ficando triste, cada vez mais triste e o jardim ia perdendo o viço que tinha antes. Ela não estava triste por causa da pétala partida. Isso não a incomodava nada. Estava triste pela forma como as outras flores olhavam para ela.
E foi por causa de tudo isso que a pequena flor começou a chorar. Chorou tanto, mas tanto... que a terra molhada, já quase alagada, ao perceber que não aguentava nem mais uma lágrima, começou a ficar preocupada e perguntou:
- Porque brota tanta água desses pequeninos olhos? - perguntou à florzinha. Mas a florzinha continuava a chorar...
Assim, a terra decidiu pedir socorro à sua amiga árvore e contou quanto a florzinha chorava. E a árvore contou aos pássaros, seus companheiros. E os pássaros voaram, voaram... e contaram às nuvens sonhadoras. E as nuvens cochicharam aos ouvidos dos anjos que brincavam no céu. E os anjos, os melhores amigos das nuvens, juntaram-se e contaram a Deus. E Deus chorou como a florzinha chorava...Não de tristeza pela pétala partida da florzinha, mas pela indelicadeza e falta de compaixão das outras flores.
E a partir desse instante, o choro da florzinha transformou-se em chuva, a chuva tornou-se rio e o rio num imenso mar.
Os rios transformaram-se na casa dos peixes mais pequenos, que adoraram a ideia de viver em água doce. Os mares abarcaram os peixes maiores, bem maiores... Eles, por sua vez, gostaram imenso de mergulhar nas águas salgadas. Costumavam dizer que, quando fossem pescados, já estavam temperados...
Num pequeno intervalo do choro, a florzinha abriu os olhos e ficou admirada com todo o reboliço à sua volta. Não sabia que era tão querida pela Natureza.
Naquele momento, a sua tristeza começou a transformar-se em algo estranho. Era uma espécie de "cócega" a serpentear pelo corpo, um tremor que ia e vinha e que, assim que chegou ao coração, o fez bater mais forte. A flor sentiu a boca repuxar-se levemente para cima como que delineando um riso leve.
E ao sorrir pela primeira vez, um delicioso perfume apoderou-se do seu corpo e alastrou pelas entranhas da Natureza que nunca mais conseguiu viver sem ele. E esse perfume chamou muitos, muitos animaizinhos...
Vieram as abelhas, os beija-flores, as borboletas, as crianças... e um a um começou a cheirar a florzinha que sabia sorrir e que tinha um delicioso perfume que parecia sair exactamente da pétala partida.
- E o que aconteceu às outras flores da história?
- Ah, sabes porque é que as outras flores, belas mas infelizes, não tinham perfume? Porque não sabiam sorrir. O perfume é o sorriso da flor.
Essa é a história da florzinha que aprendeu a sorrir e que recebeu de presente o delicioso perfume que iria permanecer com ela e com todas as outras que viessem depois dela, desde que soubessem sorrir...
E quem não acreditar neste conto que acabo de contar de uma outra maneira, que faça o meu sorriso congelar ao primeiro ar que por aqui passar.
adaptado
Heleida Nobrega, 2007
segunda-feira, 24 de março de 2008
PINTEI-ME
domingo, 23 de março de 2008
sábado, 22 de março de 2008
A TEMPESTADE DO DESTINO
(...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros.
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa.Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.
Haruki Murakami (Kafka à Beira-Mar)
sexta-feira, 21 de março de 2008
ENTÃO JESUS...
Eça de Queiroz ( A Relíquia)
quinta-feira, 20 de março de 2008
GLÓRIA
ABRIGO
quarta-feira, 19 de março de 2008
OS DEGRAUS
Mario Quintana
terça-feira, 18 de março de 2008
PRECISO DE VENTO...
UMA APRENDIZAGEM...
segunda-feira, 17 de março de 2008
PENSAMENTO DOBRADO
domingo, 16 de março de 2008
A NOITE CHEGA-ME
sábado, 15 de março de 2008
KING´S SINGERS cantam "Deconstructing Johann"
KING'S SINGERS cantam " DECONSTRUCTING JOHANN"
sexta-feira, 14 de março de 2008
MAS QUE DIABO!...
Eça de Queiroz ( Os Maias)
O MUNDO É GRANDE
quarta-feira, 12 de março de 2008
ÀS VEZES
Sophia de Mello Breyner
MAR
segunda-feira, 10 de março de 2008
AS ROSAS
domingo, 9 de março de 2008
MAR, MAR E MAR
Eugénio de Andrade
sexta-feira, 7 de março de 2008
INSCRIÇÃO SOBRE AS ONDAS
Mal fora iniciada a secreta viagem,
David Mourão Ferreira
quinta-feira, 6 de março de 2008
PROVÉRBIOS

Que o Sol traga energia todos os dias. Que a Lua ilumine seus sonhos à noite. Que a chuva leve embora as suas preocupações. Que a brisa sopre nova força na sua vida.
Quando falares, procura que as tuas palavras sejam melhores que o teu silêncio. Provérbio indiano
Aquele que não duvida de nada, não sabe nada. Provérbio grego
NINGUÉM GOSTA DA LUA !

Naquela noite, a Lua levantou-se mal disposta. Pôs as mãos na cintura e protestou:
- Chega! Já chega! Estou faaaaaaarta!!!!
Choramingou tanto,tanto, que acabou por acordar a Noite, que dormia.
-Que algazarra! - disse a Noite escura bocejando. - Se continuas com isso, em vez de ajudares as crianças a adormecer, vais acabar por acordá-las! Mas não estejas triste! O teu trabalho é muito agradável: vês como vai o mundo e se as crianças se portam bem, deitadas nas suas caminhas.
A Lua baixou os olhos tristemente.
- Estou farta de que não gostem de mim. Quando ele nasce, toda a gente olha para o Sol! Mas quando tu desces o teu grande casaco azul e eu apareço...
-Sim, o que acontece? - perguntou a Noite, encolhendo os ombros.
-Acontece que nem me dizem boa noite!
A Noite aclarou a garganta.
- Talvez os adultos te esqueçam, mas quando chegas, as crianças, essas, recebem-te como se fosses uma princesa! Quando chegas, elas exclamam: "Olha, é a Lua!"
- Oooooh....- suspirou a Lua, que, decididamente, naquela noite não tinha vontade de brilhar. - Nos dias que estou bem cheia, elas até me confundem com... com um candieiro!
E a Lua continuava a choramingar.
- Ninguém sabe como eu trabalho... As próprias crianças pensam que não sirvo para nada. Quando me desenham é mesmo ao cantinho da folha, e a dormir! Mas eu nunca durmo! Olho por elas enquanto dormem. Às vezes até lhes faço uma festinha, mas elas só sentem uma comichãozinha na testa e não imaginam que sou eu!
A Noite ouvia atentamente.
- Também a mim me vêem sempre a dormir. Diz-se "Nasce o dia" e " Cai a noite" , como se eu caísse em cima do mundo. Mas não é verdade! Sou muitíssimo útil. Sem mim, as pessoas esgotariam as forças a correr ao longo do dia, sem parar nem um segundo. Graças a mim ( e a Noite inchou o peito), as pessoas recuperam energia durante a noite e podem tornar a brincar no dia seguinte!
- Não há ninguém como eu - realçou a Lua - para fazer crescer as flores, as sementes e também as crianças! Eu protejo-as,embalo-as, e é durante o sono que elas crescem.
A Noite prosseguiu:
- É verdade. Nada pára durante a noite. Tudo continua, mas mais baixinho. O sangue que circula nas veias, as flores que continuam a respirar, as borboletas qu batem as asas...
A Lua abanou a sua grande cabeça redonda.
- Por que é que as crianças protestam no momento de irem para a cama? Fico tão triste! Por vezes, ouço-as dizer: "Não,mamã! Não quero ir para a cama!"
A Lua calou-se e a Noite calou-se também. Ambas sonhavam com um dia próximo, em que as crianças as desenhassem bem no meio da folha e diriam: "Que bom! São horas de ir para a cama! Depressa, mamã! Quero ouvir a minha amiga Lua cantar-me uma canção de embalar..."
E a Lua e a Noite sorriam no grande céu azul, pensando nesse dia feliz em que as crianças iriam saborear a doçura da Noite e o calor da Lua.
NINGUÉM...

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás de passar para atravessar o rio da vida.
Ninguém, excepto tu, só tu.
quarta-feira, 5 de março de 2008
FOLHAS DE HAIKAI
"O Haikai é mais que uma forma de poesia; é uma forma de ver o mundo. Cada Haikai capta um momento de experiência, um instante em que o simples subitamente revela a sua natureza interior e nos faz olhar de novo o observado, a natureza humana, a vida."
Esta forma de poesia tornou-se popular no Japão durante a Idade Média. Apresenta 3 versos com, respectivamente, 5, 7, e 5 sílabas métricas japonesas ( a métrica japonesa assenta no elemento duração). No Ocidente, estas regras são mais difíceis de seguir, daí que o Haikai ocidental tenha adoptado formas mais livres.
Matsuo Basho (1644-1694) foi considerado o maior poeta japonês de Haikai.
terça-feira, 4 de março de 2008
EU SOU...
"Eu sou suficientemente artista para desenhar livremente na minha imaginação. Imaginação é mais importante que conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação dá volta ao mundo."
segunda-feira, 3 de março de 2008
PENSAMENTO

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de Verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares,em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."
ONDE ESTÃO?
Onde estão
Onde estão
E os trevos da minha sorte,
Tanto perfume perdido!
Maripa
NO SILÊNCIO DOS OLHOS
José Saramago
domingo, 2 de março de 2008
MAR
De todos os cantos do mundo
sábado, 1 de março de 2008
SER POETA
É ter de mil desejos o esplendor
É ter fome, é ter sede de Infinito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
Florbela Espanca